Filmes | Challengers
Em Challengers, Tashi era um prodígio do ténis antes de se ter tornado treinadora de Art, aquele que é agora seu marido e que se tornou um campeão famoso por todo o mundo. No entanto, Art está a atravessar uma fase difícil da sua carreira, acumulando derrotas atrás de derrotas, pelo que Tashi leva-o a participar num torneio "Challenger", que está ao nível mais baixo do ténis profissional. Neste torneio, Art tem de enfrentar Patrick, o seu antigo melhor amigo e ex-namorado de Tashi, o que faz regressar algumas velhas memórias do passado e reacende alguma tensão e hostilidade.
Este filme, em termos técnicos, é bastante bom. A banda sonora é maravilhosa, embora tenha achado que, em certos momentos, o trabalho sonoro tenha ficado aquém - a música ficava um pouco mais alta que as vozes. Teve também algumas escolhas criativas, sobretudo em termos dos planos utilizados e da sua composição, que resultaram bastante bem e houve um, particularmente no final, que ficou incrível.
Passei, no entanto, o filme praticamente inteiro a sentir imenso "cringe", sobretudo porque achei ambos os homens algo patéticos. Sei que é propositado e é suposto mas, juntando isto à personalidade e atitudes de Tashi, a verdade é que não consegui gostar de absolutamente nenhuma das personagens. Mais uma vez: sei que provavelmente isso é propositado, mas não posso negar que isso tenha tornado difícil envolver-me emocionalmente nas suas histórias ou sequer identificar-me com elas.
Dito isto, tenho de referir que o único momento em que me senti verdadeiramente investida na história e na rivalidade destes dois foi efetivamente no final, onde evidentemente o realizador (e o editor, crédito dado onde é merecido) conseguem criar um momento absolutamente épico em que, agora sim, estamos a torcer por alguém - seja lá quem for. E conseguir isto, apesar da falta de investimento emocional ao longo do filme, foi, para mim, uma excelente proeza.
Não se deixem enganar, a falta de envolvimento que senti com as personagens é apenas um pequeno detalhe na generalidade desta longa-metragem e por isso, sim, recomendo muito o filme. É bastante bom.
Quem já viu?